Profissional de Joinville fundou empresa que vai além da criação
Joinville - De uma disciplina da faculdade veio o projeto de uma empresa que aliasse as várias áreas do design - como desenvolvimento de produto, marca, distribuição - e a inserção destes componentes interdisciplinares na gestão de uma empresa. Dois anos depois, pelas mãos do designer Marcos Sebben, surgia a Design Inverso, a primeira empresa catarinense a ganhar dois prêmios do Abre, considerado o Oscar nacional em design e embalagem. O conceito da empresa é diferente desde a concepção física do escritório, que conjuga áreas com viés lúdico - voltadas à criação, material de referência e pesquisa para os projetos - com oficinas de montagem de protótipos e desenvolvimento dos projetos. Na função, a empresa também vem elevando o design um degrau acima, promovendo a área de coadjuvante a protagonista da gestão. Os projetos realizados no local são completos. Envolvem pesquisa de mercado, compreensão de como funciona a empresa do cliente e os diversos processos relacionados à confecção do produto. A compreensão do sentimento embutido na compra também é primordial, já que não é apenas racionalidade que está envolvida no processo. Essa interdisciplinaridade acaba extrapolando o desenvolvimento de um produto ou uma marca e entra na estratégia da empresa. Sebben adianta que tudo isso tem um custo, tanto para os clientes que contratam o trabalho da empresa, quanto para a Design Inverso, que tem de bancar o conceito. Empregados jovens, bem remunerados e estimulados a buscar as melhores soluções, de preferência indo além do objetivo pelo qual foram contratados. O resultado é um investimento que tem retorno mensurável para o empresário e movimenta a estrutura de produção.
Provação
Com dois anos e alguma história, a Design Inverso entra agora em uma fase de provação. Chegou à encruzilhada que exige uma decisão sobre que empresa pretende ser. Hoje, clientes grandes, como a Amanco e a Wanke, dividem espaço com pequenos, mas a meta de onde se pretende chegar vem sendo naturalmente delineada. No Laboratório Catarinense, a empresa já participa de decisões administrativas, na vanguarda do design na gestão.
A Notícia - O que é gestão estratégica de design? Marcos Sebben - A primeira visão do design é de cosmética e estética, mas ela é superficial e não converge diretamente com a profissão de designer. A gestão estratégica de design vai além e o insere nas estratégias do negócio, utilizando as competências analíticas, criativas e de planejamento dos designers com propósitos organizacionais para gerar idéias, valores e soluções não somente no campo dos produtos, marcas e embalagens, e sim, para as estratégias de marketing, de finanças, de logística, de produção e assim por diante.
AN - Design é necessário para a estratégia das empresas? Sebben - Os anos 80 foram marcados como a era da qualidade e produtividade; os anos 90, pelos avanços na tecnologia da informação. Agora, estamos vivendo na era do design. Empresas e empresários que não aprenderem a trabalhar com esta ferramenta estratégica estão perdendo mercado e, conseqüentemente, estarão fadados ao fracasso.
AN - Quais são as vantagens das corporações ao investir em design? Sebben - Hoje, os executivos das empresas não podem mais pensar apenas em compras como números e produção. A iniciativa da compra de produtos e serviços é emocional. Designers sabem perceber muito bem essas tendências e utilizar estes sentimentos dos consumidores em projetos alinhados com a comunicação e o foco de negócios da empresa.
AN - Está sendo difícil popularizar o design no meio industrial? Sebben - Foi um trabalho de construção de imagem, mas os empresários começaram a perceber que investir em design de marca, de ponto-de-venda e embalagem, por exemplo, não é dinheiro jogado fora.
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