Empresários discutem como manter os negócios longe da corrupção
O principal desafio do empreendedor num país incerto como o Brasil, onde o caixa dois virou apenas "desvio de conduta", é manter a ética nos negócios e a fidelidade aos princípios de honestidade, independência e respeito aos clientes e colaboradores.
Essa foi a tônica das intervenções dos empresários que participaram ontem do painel "Como fazer uma empresa dar certo em um país incerto", durante a 5ª edição do CEO Summit, organizado pela Endeavor, ONG que apóia o empreendedorismo no Brasil.
Octavio Frias de Oliveira, empresário e publisher da Folha, Jorge Paulo Lemann, sócio da Inbev, e Luiz Ernesto Gemignani, diretor-presidente da Promon, que participaram do painel, destacaram que não é fácil manter empresas "longe dos instintos primitivos da corrupção", segundo palavras do ex-deputado Roberto Jefferson citadas por um participante na platéia do seminário.
Desenvolver uma cultura que defina valores, o que é (e não é) aceitável, é o caminho para não se deixar levar por tais instintos, segundo Lemann, fundador do Banco Garantia. "A conduta ética é o que garante a longevidade das empresas", disse. No tempo em que esteve à frente do banco, ele lembra que via "várias instituições participando de esquemas com governos".
"Éramos instados a não ficar fora [desses negócios] para não perder mercado. Mas os nossos colegas que estavam metidos nessas operações nunca tentaram construir uma empresa ética e sumiram do mercado", disse Lemann.
No caso da mídia, a questão ética leva o nome de independência editorial. Para Frias, "não é fácil manter a independência".
"As tentações são muito grandes e elas ocorrem a cada dia. Mas não há preço que pague a independência. Nós a cultivamos religiosamente e essa é uma das razões do sucesso da Folha", afirmou Octavio Frias de Oliveira.
Já o presidente da Promon, Gemignani, destacou a singularidade da cultura da empresa como responsável pela manutenção da ética. "Há 35 anos a Promon é de propriedade de seus profissionais. Eles podem comprar ações ao entrar na empresa e vendê-las ao sair", disse.
Segundo Gemignani, a diretoria é eleita pelos seus 700 profissionais. "Temos uma cultura de transparência, integridade e excelência nas relações com o cliente e entre as pessoas que trabalham na empresa", disse.
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