Com o objetivo de acalmar rumores, evitar problemas internos, promover a integração dos funcionários e até mesmo alavancar os treinamentos, muitos grupos estão investindo intensamente em ferramentas de comunicação interna e terceirizando as equipes para tornar o suporte eficiente.
"A segunda área mais reforçada ou desenvolvida dentro das empresas é a de comunicação interna, com destaque menor apenas que a assessoria de imprensa. A comunicação dentro das empresas tem um crescimento contínuo, é uma área muito ativa. A eletrônica é a mais utilizada e fundamental, mas está sendo encarada como instrumento de apoio à comunicação interpessoal, o que indica uma mudança de rumo", diz Flávio Schmidt, diretor da divisão de comunicação corporativa da Ketchum Estratégia.
Para o executivo, a tendência atual é contratar agências para gerenciar o trabalho de comunicação interna. O diretor estima que a procura por grupos do setor tenha aumentado 50% nos últimos dez anos. De acordo com Schmidt, algumas empresas se limitam a ter veículos próprios, como intranet e jornal mural, porém algumas mudanças estão sendo apontadas no segmento.
"Os grupos estão se sofisticando, por meio da implantação de trabalhos de grupo internos de relacionamentos e discussão, de apoio à disseminação de informação. Atualmente, cerca de 20% das empresas fazem uso deste tipo de suporte", pontua o diretor.
Canal corporativo
Com 10 mil funcionários no grupo, o Magazine Luiza implantou, há um ano, uma TV corporativa. Com um programa semanal, o veículo é um canal privado transmitido via satélite ao vivo e sua programação objetiva alinhar os valores, as decisões e estratégias da empresa.
"Como o Magazine Luiza é uma rede grande, com 350 unidades e presente em sete estados brasileiros, este já era um sonho e uma necessidade antiga. A empresa valoriza e pratica a comunicação direta e as lideranças já utilizavam o recurso de gravação de vídeos, que eram enviados a cada unidade. Com a TV, o objetivo foi estar o mais próximo possível de todos os colaboradores, em tempo real, promovendo uma grande reunião semanal interativa com os funcionários", explica Ivone Santana, gerente de relações institucionais do Magazine Luiza.
A executiva pontua a proximidade, a interatividade e o alinhamento do grupo como as principais vantagens adquiridas com o veículo e, segundo ela, a participação é intensa, já que as equipes dão 100% de audiência ao canal.
Além da TV, a empresa também utiliza uma rádio e um portal na Internet, mas não deixa de manter encontros com o corpo de colaboradores, com uma reunião semanal para conferir as metas de vendas, conhecer as novidades e integrar a equipe, no chamado "Rito de Comunhão", em que são tratados também assuntos como patriotismo, solidariedade e espiritualidade.
As ferramentas de comunicação também têm como função esclarecer rumores do mercado e evitar que informações equivocadas sejam disseminadas pelos colaboradores. A Xerox, empresa que passou por uma reestruturação interna há alguns anos, contou com os canais para manter as mudanças sob controle.
"Boatos que são mentirosos morrem sozinhos, mas, para os verdadeiros, é necessário ter um cuidado muito grande para informar primeiro o funcionário e depois a mídia. Na virada do século, no processo de adaptação da empresa, percebemos que nossas ferramentas estavam sendo muito utilizadas e o diálogo, nossa principal política na época, conseguia surtir efeito", avalia Fernanda Oliveira, gerente de comunicação corporativa.
Interação
Além de um jornal mural e televisores de plasma dentro da empresa para dar à comunicação uma roupagem mais digital e interativa, a Xerox também incrementa a área por meio da utilização de personagens. "Trazemos atores para encenar e divulgar campanhas, como a redução de gastos com telefonia. Temos uma preocupação muito forte em falar com os funcionários as coisas boas e ruins", afirma a gerente.
Para atingir seus representantes, funcionários terceirizados, o grupo utiliza e-mail marketing, faz reuniões periódicas de aculturamento e treinamentos. Como novidade, a Xerox programa o lançamento de um jornal mensal para janeiro, que abordará não só os temas internos, como informações pertinentes do mercado.
Segundo Fernanda, com as intervenções e a utilização de peças para fazer alusão ao conceito de interação, a Xerox obteve um grande retorno dos funcionários, que passaram a enxergar a empresa de outra forma. "Agora, os funcionários comentam, vêem a Xerox com um ar novo e mais alegre. Conseguimos um bom feedback", completa.
Schmidt, da Ketchum Estratégia, acredita que as empresas estão muito preocupadas em evitar boatos, por causa de demissão e da imagem no mercado. "A comunicação pode ser dirigida para controlar rumores. Com a colaboração de funcionários de vários departamentos, as empresas conseguem conhecer a insatisfação dos colaboradores e possíveis alvos de melhorias. Eles funcionam como antenas que captam o sinal e o emitem, dando um feedback imediato", explica o diretor.
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