Health techs apontam para o futuro e revolucionam área da saúde
Relatório de inteligência do SIS/Sebrae aborda as principais tendências do mercado
Inovações tecnológicas impactam nossas vidas de forma irreversível, influenciando até mesmo o modo como cuidamos da saúde. Um exemplo disso são as health techs, empresas com propostas inovadoras e disruptivas nessa área. Essas startups estão promovendo uma verdadeira revolução, trazendo uma nova maneira dos consumidores interagirem com os serviços médicos. Elas oferecem soluções em diversas frentes, como produtos farmacêuticos e sistemas de organização, além de dispositivos que buscam identificar, controlar ou até mesmo resolver problemas de saúde. O relatório de inteligência do SIS/Sebrae aborda as principais tendências desse mercado, além de apresentar casos de sucesso.
Relatório divulgado pela consultoria KPMG aponta que existem hoje 288 startups no Brasil focadas no segmento de health tech: 21,80% delas estão no Sul (7,4% em Santa Catarina); 64,4% no Sudeste; 9% no Nordeste e 4,8% no Centro-Oeste. Elas começaram a despontar especialmente a partir de 2010, mas já apresentam um mercado muito promissor. No fim de abril, a Health Tech Conference, o maior evento sobre startups da área da saúde do país, reunirá profissionais, investidores e empresas do setor em São Paulo.
Mercado de saúde no Brasil
A área da saúde movimenta anualmente cerca de US$ 9 trilhões. O volume de investimentos no setor no contexto mundial aumentou 90% entre os anos de 2010 e 2017. O cenário brasileiro tem se mostrado como um dos mais promissores para os próximos anos.
O Brasil é um dos mais importantes e vitais mercados do mundo, sendo o sétimo país que mais gasta com saúde. Em 2016, o consumo final de bens e serviços de saúde atingiu a marca de R$ 546 bilhões, o que representa 9,1% do PIB total do país. A expectativa é que esse valor ainda cresça 5,8% até 2020.
O futuro da área começa a ser redesenhado com a aplicação de novas tecnologias em um ambiente caracterizado pela insuficiência na prestação de serviços e pela alta demanda. Novos players perceberam essa oportunidade e estão trazendo outros modelos de negócios para esse mercado, como as health techs.
Prevenção, a grande aposta das health techs
Com o objetivo de acompanhar e monitorar a saúde antes mesmo do surgimento de qualquer sintoma, a tendência de tecnologias digitais de prevenção se mostra cada vez mais forte. Gradativamente, novas soluções que facilitam o acesso aos cuidados médicos são desenvolvidas e oferecidas às pessoas para que tenham a possibilidade de monitorar e acompanhar os dados relacionados ao próprio corpo. Esse foco de mercado é uma das grandes apostas do setor.
O segmento de tecnologias e serviços de saúde preventivo dominou o mercado das health techs em 2015 e a estimativa é de que ele continue crescendo 12% até 2024, quando atingirá um valor global de aproximadamente US$ 432,4 bilhões. A expectativa é de que o Brasil tenha potencial para ser um dos protagonistas no contexto mundial no segmento.
Tecnologia a serviço do diagnóstico e tratamento médico
As tecnologias focadas no diagnóstico buscam melhorar a precisão e atuação na descoberta de doenças, aproximando o paciente ao sistema de saúde. Elas oferecem um acompanhamento em tempo real sobre a saúde do paciente por meio de dispositivos de diagnóstico capazes de detectar precocemente as doenças.
De forma geral, aplicativos voltados a diagnóstico oferecem o histórico médico do paciente, diagnósticos anteriores, medicamentos utilizados, planos de tratamento, datas de vacinação, informações a respeito de alergias, imagens de radiologia/ultrassom, resultados de exames de laboratório, entre outras informações médicas. O acompanhamento desse histórico pode aumentar a precisão e a rapidez de um diagnóstico, assim como diminuir consideravelmente a incidência de erros médicos.
As inovações tecnológicas aplicadas à saúde também irão mudar a forma com que as doenças são acompanhadas e tratadas. E o campo de atuação nesse segmento é muito amplo. As soluções são inúmeras e podem estar voltadas ao tratamento de uma doença com maior eficiência e menores efeitos colaterais, buscar aumentar a aderência do paciente ao tratamento ou ainda desenvolver plataformas voltadas para a comunicação entre médico e paciente.
Caso de sucesso
A CUCO Health é uma startup que surgiu em Florianópolis em 2015 e desenvolveu um aplicativo mobile, baseado em inteligência artificial e mecanismos de machine learning. Ela tem como objetivo ajudar os pacientes a manter em dia seus hábitos com a saúde, oferecendo orientações sobre hábitos saudáveis, lembretes de como e quando tomar seus medicamentos, entre outros. E o melhor: tudo isso é feito de forma gamificada, e os pacientes mais engajados são premiados.
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*Texto desenvolvido pelo jornalista Gabriel Rocha