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Economia Digital
Sistema de Inteligência Setorial
20 mar. 2019
Mulheres ainda enfrentam uma série de obstáculos no setor de tecnologia
Relatório do Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae apresenta cenário do Brasil e SC, além de abordar iniciativas que incentivam o empoderamento feminino.
Estamos no mês das mulheres e isso nos lembra que elas ainda precisam superar muitos obstáculos no mercado de trabalho, especialmente no setor de tecnologia. Em 2017, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para o fato de o sexo feminino estar de fora dos principais postos de trabalho gerados pela revolução digital. A organização estima que, atualmente, apenas 25% da força de trabalho da indústria digital seja representada por elas. Para analisar a situação, o SIS/Sebrae elaborou um relatório que apresenta dados sobre o cenário brasileiro e catarinense, além de abordar iniciativas que incentivam o empoderamento feminino no segmento.
Aproveitar o potencial das mulheres na tecnologia vai além de discussões sobre igualdade de gênero. A participação delas no mercado representa também crescimento econômico. Se 600 milhões de mulheres e meninas tiverem acesso às áreas de ciência, tecnologia e inovação, 144 países em desenvolvimento aumentariam o PIB em 8 trilhões de dólares. A estimativa é da ONU Mulheres e mostra que uma maior participação feminina na tecnologia é benéfica para os negócios.
Quais as dificuldades enfrentadas por elas?
Embora pareça um desafio que ficou no passado, a desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho é marcante na área de tecnologia. No Brasil, mulheres são promovidas três vezes menos que os homens no setor, por exemplo. Além disso, elas representam apenas 20% dos mais de 580 mil profissionais que trabalham com Tecnologia da Informação no país. Para agravar a situação, 51% delas relataram sofrer preconceito no ambiente de trabalho. Entre as principais dificuldades enfrentadas por elas, estão:- Abuso moral, assédio sexual, salário desigual, desvalorização do trabalho e baixa representatividade em cargos de liderança.
- Concorrer a vagas descritas para homens, ter que mostrar mais valor em entrevistas de emprego, mesmo com currículo igual ao do concorrente, e participar de processos seletivos retrógrados onde perguntas sobre maternidade e licença-maternidade ainda são comuns.
- Falta de oportunidades para o fortalecimento de mulheres negras na área.