Quero empreender: por onde começo?
Quando toma a decisão de ser o dono do próprio negócio, o potencial empreendedor deve estar ciente dos desafios que terá pela frente. Só repetir “quero empreender” não resolve. A afirmação é só um gatilho para que o potencial empreendedor corra atrás do seu sonho. O bom é que ele nunca estará sozinho neste e em outros momentos de sua jornada. Além do apoio de instituições como o Sebrae, ele terá a companhia de muitos outros brasileiros que almejam o mesmo objetivo. No levantamento mais recente do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), realizado em 2015, ter o próprio negócio estava entre os sonhos de 35% dos brasileiros entrevistados – 4% a mais que o índice apresentado em 2014. Por outro lado, a mesma pesquisa mostrou que o número de brasileiros que disseram não ter medo de fracassar como empreendedor caiu de 64% em 2014 para 50% em 2015.
O índice pode estar relacionado ao cenário macroeconômico de crise e desemprego, mas há duas formas de amenizar esse receio. A primeira forma é buscar capacitação antes de colocar o negócio no mercado. Assim é possível acumular informações que possam ajudar a entender o ramo em que pretende atuar. E, ao mesmo tempo, estar preparado para a gestão do próprio negócio a fim de evitar erros e falhas que possam comprometer de largada o desejo de empreender.
São muitos itens para estar atento, tributos, impostos, questões trabalhistas, gestão financeira, estratégias de marketing, precificação de produtos e serviços. Participar de cursos e ler a respeito do dia a dia de um empreendedor são essenciais nesta etapa até para escolher o tipo societário e o porte do negócio. Você já pensou qual será o tamanho inicial da sua empresa? Você será um Microempreendedor Individual ou uma empresa de micro, pequeno ou médio porte?
“Quero empreender” com mapa do negócio
A segunda forma de amenizar o receio de empreender é saber por onde começar efetivamente a moldar o negócio. Há muito o que refletir, questionar e, acima de tudo, é preciso organizar ideias e tarefas para que nenhum item relacionado à abertura do próprio negócio seja esquecido. Um dos métodos mais indicados para quem está começando é o modelo Canvas, que traz itens que fazem a diferença no sucesso do negócio e ajudam a validar a ideia que inspirou o empreendedor. Funciona como um “treino” para a partida que quem diz “quero empreender”
está prestes a disputar.
Pelo Canvas, o potencial empreendedor, de forma ágil e visual, reúne informações que ajudam a montar um desenho de como será o funcionamento da empresa. E o mais importante: ajuda a dar uma noção mais próxima sobre a viabilidade do negócio. Isso porque o método exige que o empreendedor responda a perguntas sobre nove segmentos. Como se vê pelos segmentos e pelas perguntas, construir um Canvas dá ao empreendedor uma visão mais clara do modelo de negócio que pretende adotar. Um modelo de negócio indica como a empresa cria, entrega e captura valor.
As perguntas do Canvas servem para o empreendedor refletir sobre cada tema-chave para o negócio e é importante conseguir respondê-las antes da abertura da empresa. Confira a perguntas.
1 – Quais são as parcerias-chave para a execução do negócio?
2 – Quais são as atividades-chave do negócio?
3 – Quais são os recursos-chave do negócio?
4 – Qual será estrutura de custos?
5 – Onde estão as fontes de receita?
6 – Qual é a oferta de valor?
7 – Qual será a rede de relacionamento?
8 – Quais serão os canais de distribuição?
9 - Qual o segmento de clientes se quer atender?
Por causa de possibilidades como permitir ao empreendedor até mesmo mudar radicalmente o rumo da ideia inicial do negócio, o modelo Canvas vem sendo cada vez mais usado por empreendedores também no Brasil. Existem bons livros a respeito que mostram como tirar o melhor proveito do Canvas. “Business Model Generation: Inovação em Modelos de Negócios”, de Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, é o mais conhecido deles. E há também ferramentas online e gratuita como a Sebrae Canvas, concebida para estimular empreendedores a criarem e validarem modelos de negócio. A ferramenta é parte do curso Começar Bem e está disponível nas versões para desktop e para tablet e smartphone com sistema operacional iOS e Android.
Faça análises mais detalhadas das finanças e do mercado
Além do Canvas, que dá uma noção mais completa do que pode vir a ser o negócio, o potencial empreendedor também precisa analisar temas específicos de forma mais detalhada. O primeiro é estar atento às finanças. É necessário compreender como é a gestão financeira de uma empresa até para evitar confusão entre contas pessoa física e pessoa jurídica. Também ter bem definidos quais serão os recursos usados como capital inicial do negócio. Muitos empreendedores usam dinheiro guardado em poupança ou se desfazem de bens como carros e imóveis para abrir o negócio. Outros acreditam que recorrer a empréstimos bancários é uma possibilidade viável. Será que são as melhores alternativas? Para saber, é importante evitar decisões precipitadas e calcular os riscos de assumir dívidas antes do negócio começar a gerar receitas.
A segunda análise mais aprofundada é sobre o mercado em que pretende atuar. O passo inicial é conferir como o negócio se encaixa no segmento. Há oportunidades ainda ou já é um nicho saturado? E a concorrência, como é? São empresas já estabelecidas ou recém-chegaram ao mercado? Escolher um ramo só porque “está todo mundo investindo nisso” nem sempre é o melhor critério para um empreendedor. Quantos exemplos de negócios fecharam por quê foram “na onda”?
Casos de negócios que fecham tão rápido quanto surgem servem de alerta para o novo empreendedor. Por exemplo, quando observar o mercado, precisa também ter em mente o potencial de crescimento do negócio. Também precisa definir qual será a abrangência de atuação tanto geográfica quanto mercadológica que será adotada. Ou seja, será um negócio de bairro para um público específico ou será um serviço regional para outras empresas? E não pode deixar de montar projeções de crescimento para cada um dos três cenários possíveis para o negócio: um otimista, um realista e um pessimista.
Por fim, o novo empreendedor precisa estar de olhos abertos e atento sempre a muitos detalhes. Digamos que ele abra um serviço para atender empresas do setor X. Para que consiga viabilizar seu negócio, o empreendedor deve conhecer não só a empresa que quer conquistar, mas também acompanhar de perto como se comporta o setor escolhido. Isso ajuda na oferta dos serviços, na precificação e na negociação.
Todas as ações que antecedem a abertura do próprio negócio servem de base para que o novo empreendedor possa elaborar o seu plano de negócio. Este será o documento que norteará a empresa assim que entrar em operação.
Pronto para começar? Consulte o Atendimento Sebrae para obter mais informações.
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