Precisa desligar um colaborador? Veja como fazer da melhor forma
Desligar um colaborador pode gerar muito estresse. Isso vai depender da forma com que o profissional é dispensado e até o momento econômico do negócio. Mas além do risco de processos trabalhistas, a operação da companhia pode ser impactada, perdendo produtividade e prejudicando o faturamento.
Por outro lado, há momentos em que a única solução é desligar o colaborador. Neste artigo, vamos mostrar como esse processo pode ser feito da melhor maneira possível, evitando prejudicar a empresa e os seus negócios. Confira!
Como desligar um colaborador sem prejudicar a sua empresa
1. Avalie os riscos da demissão
A demissão de um colaborador é uma decisão difícil de ser tomada. Há casos em que o colaborador não está mais motivado ou a empresa está passando por uma crise financeira.
Seja qualquer for a situação, a empresa deve avaliar os riscos da demissão. Por mais que as finanças não estejam bem, desligar um colaborador gera custos, que podem impactar no orçamento do negócio. Portanto, antes de tomar essa decisão, faça as contas e identifique o melhor momento.
2. Saiba quando a demissão não é a solução
Nem sempre desligar um colaborador é a alternativa, pois há casos em que a demissão não é permitida. O profissional está amparado por circunstâncias específicas que são protegidas por lei. Veja em quais casos o colaborador não pode ser demitidos e descubra porquê.
- Dirigente sindical;
- Gravidez ou aborto involuntário;
- Acidente de trabalho ou doença ocupacional;
- Integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).
3. Saiba quais custos serão gerados
Faça o cálculo das despesas que serão geradas a partir da demissão. Nessa conta, você deve considerar os custos com a rescisão e as despesas de uma nova contratação. Caso o colaborador seja substituído, será necessário fazer um processo para seleção de um novo profissional, bem como seu treinamento e tempo de adaptação.
4. Considere a rescisão com acordo
A Reforma Trabalhista mudou algumas regras da CLT e a rescisão com acordo é uma dessas mudanças. A alternativa serve para empresas que precisam demitir colaboradores que estão desmotivados ou não entregam mais como antes. Quando o colaborador está desinteressado com o trabalho, é natural que passe a ter condutas negativas para causar uma demissão.
Mas até identificar as falhas, a empresa tem seu desempenho prejudicado e, posteriormente, terá que arcar com as despesas da demissão. Na rescisão com acordo, o colaborador recebe o saldo do salário, aviso prévio (50% do valor em caso de aviso indenizado), férias proporcionais e vencidas, décimo terceiro integral e 20% de multa sobre o saldo do FGTS.
Além disso, não tem direito a seguro desemprego e pode sacar apenas 80% do saldo do FGTS. Assim, os custos são menores para a empresa, e é possível se programar para substituir o profissional. As companhias que estão abertas a negociar com o colaborador podem reduzir o período em que o profissional deixa de corresponder com as expectativas.
5. Defina o melhor momento para desligar um colaborador
Depois de fazer cálculos e avaliar as possibilidades de uma demissão, é chegada a hora de anunciar o desligamento. Prefira fazer esse comunicado no início da semana e do dia. Dessa forma, tanto o colaborador, quanto sua equipe, poderão absorver a notícia e se planejar para os próximos dias.
6. Seja direto e objetivo
Não perca tempo fazendo perguntas ou puxando assuntos desnecessários. Chame o colaborador para uma conversa, a sós, e fale de imediato o teor da reunião. Explique ao profissional os motivos da demissão. Além disso, oriente sobre os processos que ele deverá passar, como exame demissional, quando vai assinar a rescisão etc.
A homologação, um processo que era realizado entre um representante da empresa e todo colaborador com mais de um ano de registro, no Ministério do Trabalho, deixou de ser obrigatório após a Reforma Trabalhista.
Conte com a presença de um profissional do departamento de recursos humanos para acompanhar a reunião e passar todas as informações ao colaborador.
7. Não se desculpe
Pedir desculpas após a demissão, transmite a ideia de que você é contra ou não se sente seguro com a decisão. Inclusive, pode gerar esperanças no profissional, de que ele pode ser readmitido. Portanto, seja sincero mas busque não se desculpar. Se for o caso de querer ajudar o ex-funcionário, você pode se colocar a disposição para fornecer indicações ou ser referência para outras empresas.
Por fim, deseje boa sorte, reconheça o trabalho e as conquistas do colaborador.
Lembre: depois de anunciar a demissão ao colaborador, você terá que fazer o trâmite no eSocial. O programa foi criado para simplificar e desburocratizar o envio das informações trabalhistas e tributárias ao governo.
Todos os processos referentes a admissões e demissões, afastamentos, folha de pagamento etc., devem ser feitos de forma unificada, no eSocial. Se você ainda tem dúvidas sobre os processos do programa, aproveite para tirar todas as suas dúvidas neste e-book.