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Empreendedorismo
07 abr. 2023

Dinheiro traz felicidade? Como a saúde financeira pode trazer satisfação a empreendedoras

Essa é a pergunta de milhões! E se é de senso comum que o dinheiro não traz felicidade, diz a sabedoria popular que ele pode comprá-la. Independentemente de opiniões, já existem vários estudos e pesquisadores dedicados a entender cientificamente esse tema.

O professor da Harvard Business School, Jon Jachimowicz, pesquisa a relação entre dinheiro e satisfação com a vida. Para ele, o dinheiro pode oferecer calma, controle e segurança. Permitindo que imprevistos e pequenos incômodos não tomem uma proporção maior do que deveriam caso a pessoa não possa comprar uma saída para essas situações.

Já um estudo da Universidade de Oxford, aponta que dinheiro pode comprar felicidade, mas até um limite. A pesquisa do professor Jan-Emmanuel De Neve mostrou que, depois de um determinado teto salarial, ganhar mais dinheiro deixa de ter relação com o sentimento de satisfação ou felicidade.

Para entender como o dinheiro pode contribuir com a felicidade das empreendedoras, o Sebrae Delas Mulher de Negócios conversou com quem entende do assunto.

Entrevistamos as especialistas em finanças Ana Oliveira e Letícia Lucca, idealizadoras do É da Sua Conta – Educação e Consultoria Financeira para Pessoas e Negócios. O propósito da dupla é compartilhar conhecimento sobre dinheiro para que prosperidade e abundância financeira se tornem uma constante. Confira as respostas das especialistas para uma vida com uma relação mais saudável com dinheiro, para proporcionar prosperidade, tranquilidade, bem-estar, realizações e (por que não?) felicidade.

Letícia Lucca e Ana Oliveira. Crédito: Isaura Beck

Diz o ditado popular que dinheiro não traz felicidade. No entanto, já existem alguns estudos comprovando que o dinheiro pode contribuir para uma vida mais feliz. Na sua opinião, de que maneira o dinheiro pode trazer o sentimento de felicidade?

R: O primeiro passo é compreender o que é felicidade. Nos ensina a ciência da felicidade, que esta não é uma realidade, mas sim, uma sensação, um sentimento. É por isso que compramos por impulso ou para termos algo que nos causa uma sensação momentânea de prazer, mas não felicidade a longo prazo. O que nos torna verdadeiramente pessoas mais felizes é conquistarmos uma vida vivenciando momentos felizes na maior parte do tempo. É neste momento que entra a organização financeira, que segue a direção do que faz sentido para nós. Colocar o dinheiro na direção da sua felicidade é viver mais experiências do que comprar coisas apenas para tê-las. Pesquisas inclusive comprovam que pessoas insatisfeitas com sua própria vida gastam mais. Logo, encontrar no dia a dia, em cada momento da sua vida, motivos para ser feliz, lhe tornará, ao longo do tempo, uma pessoa mais próspera e com capacidade de poupar e multiplicar o seu dinheiro.

O dinheiro também é um importante aliado na realização de sonhos. Como empreendedoras podem se organizar para manter seus boletos em dia e ainda guardar uma quantia para investir nos seus sonhos?

R: Regrinha bem importante para quem empreende: sem planejamento financeiro e controle, dificilmente se chegará em algum lugar. Para dormir tranquila, sabendo que seus boletos estão em dia e o dinheiro para os sonhos está sendo guardado, é preciso olhar para os números com seriedade. Priorize reservar ao menos 10% do seu faturamento para construir um capital de giro, separe pessoa física da pessoa jurídica, estabelecendo pró-labore mensal e distribuição de lucro.

Uma frase comum quando se trata de dinheiro e consumo é o ‘eu mereço!’. Teve um dia ruim – mereço fazer uma compra online; comemorou um novo contrato – mereço aquela bolsa nova; e por aí vai. Quando essa frase pode ser de fato uma recompensa positiva e quando ela se torna uma armadilha?

R: Se o “eu mereço” vier acompanhado de “não tenho dinheiro, mas vou parcelar”, temos um problema. Porém se o “eu mereço” vier acompanhado de “tenho dinheiro e está no orçamento”, então gaste mesmo. Afinal de contas, o dinheiro é para gastar. Porém devemos usar o dinheiro que temos no momento certo, para aquilo que realmente precisamos e irá nos trazer mais felicidade e bem-estar. Do contrário, estaremos apenas contraindo dívidas e tornando o nosso futuro mais caro do que deveria ser.

O que é a mentalidade da escassez e como podemos abandonar essa crença?

R: Nossos antepassados passaram por muitas dificuldades, desde guerras a fome. E isto está em nosso DNA: a tendência a um comportamento/mentalidade de escassez vive muito presente em cada uma de nós. Temos medo de ganhar ou produzir dinheiro. Temos medo de olhar para o dinheiro. Quando fazemos dinheiro, muitas de nós dão um jeito de jogar tudo fora. Por medo de ter e perder, acabam por dar um fim antes mesmo de um começo. Inconscientemente agimos para a escassez. Nós só iremos nos livrar disso quando olharmos para nossas histórias e entendermos que estamos aqui para fazer diferente, que temos a obrigação de deixar um legado de prosperidade financeira e abundância. Precisamos ressignificar o dinheiro. Precisamos falar mais sobre dinheiro.

Outra questão que vocês abordam no É da Sua Conta é o ciclo da falta e o ciclo da multiplicação. Quais as características de cada um deles e como as mulheres podem sair do ciclo da falta e abraçar o da multiplicação?

R: O ciclo da falta se trata de um comportamento de aumentar o padrão de vida na medida em que aumenta a renda. Ou seja, quanto mais eu recebo, mais eu gasto, maior meu compromisso mensal, maior o meu endividamento e, em conseguinte, menos capacidade de acumulação de patrimônio ao longo da vida. O ciclo da multiplicação é justamente o contrário, é quando se estabelece um hábito de sempre investir, no mínimo, 10% do que receber, independente da renda que produzir. Uma vez estabelecido esse padrão de comportamento, quanto mais você receber, mais irá investir, garantindo assim um futuro sustentável e com liberdade de escolhas.

Para abraçar o ciclo da multiplicação é importante estabelecer uma rotina com seu dinheiro. Tenha orçamento, considerando como meta o seguinte padrão:

20% renda para investimentos (sonhos e reserva)

30% renda para despesas variáveis

50% renda para despesas fixas

Determine limite de gastos por categoria, bem como meta para investir mensalmente, e acompanhe a evolução do mês semanalmente.

Muitas mulheres carregam uma crença de que não sabem ganhar dinheiro, não são boas com números, não têm habilidade com finanças. De onde vem esse pensamento e como as empreendedoras podem superá-lo?

R: O lugar em que mais encontramos crenças limitantes infelizmente é em relação ao dinheiro. Quando falamos de mulheres e dinheiro então! O primeiro passo é entender que este assunto não pode mais ser tabu, se queremos mudar esta realidade, precisamos falar mais sobre dinheiro, aprender a enxergar o dinheiro da maneira correta, entender como conquistar uma gestão eficaz do nosso dinheiro, aprender a olhar para nós como pessoas que estão aqui não para repetir padrão de escassez e dificuldades, mas sim para usá-lo como ferramenta impulsionadora dos nossos sonhos e realizações. Precisamos mudar o olhar e a postura em relação ao dinheiro. Mulheres tem o dom de saber cuidar, quando elas aprendem a gerenciar seu dinheiro, são sucesso!

Que dicas você daria para mulheres prosperarem financeiramente?

R: Compreender que o dinheiro é apenas um recurso. Que não é o fim e sim o meio. Que este recurso potencializa quem nós somos e nos dá liberdade e possibilidades. Dinheiro podemos produzir, logo, se acreditamos que não temos dinheiro suficiente hoje, podemos fazer mais amanhã. No entanto, de nada adianta somente pensar em como ter mais dinheiro e não aprender a como cuidar e multiplicar o seu dinheiro. Afinal, o seu presente é resultado das suas escolhas do seu passado, portanto, o seu futuro será consequência das suas escolhas de hoje. Sendo assim, não permita que ele seja de qualquer jeito. Faça valer a pena.

Mais algum recado que gostariam de dar às nossas empreendedoras?

R: Uma pessoa com mentalidade empreendedora deve não somente buscar o sucesso do seu negócio. Busque cuidar de você, das suas finanças pessoais em concomitância com seu negócio, isso porque uma empresa jamais será forte e saudável o suficiente se o CPF que a comanda assim não o estiver. E se você não sabe o caminho, busque ajuda especializada. Esforço na direção errada de nada irá resolver. Continue se dedicando, mas na direção certa. E o dinheiro será consequência.

Sebrae Delas capacita empreendedoras em gestão e finanças

Um dos pilares do programa, que apoia o empreendedorismo feminino para que mais mulheres possam realizar seus sonhos, é o ‘Meu’ que envolve conteúdo e capacitação em negócios, gestão e finanças desenvolvidos especialmente para empreendedoras.

Ao lado dos pilares ‘Eu’ e ‘Nós’, as participantes do programa têm uma formação que alinha gestão, desenvolvimento pessoal e networking. Nas trilhas de aprendizado do Sebrae Delas, mulheres em diferentes níveis de maturidade empreendedora têm acesso a aulas e conteúdos pensados para superar crenças e derrubar tabus com relação ao dinheiro pessoal e às finanças do negócio. Quer saber mais sobre as nossas soluções? Clique aqui e descubra qual trilha se encaixa mais com o seu perfil empreendedor. Fique atenta às datas de inscrição assinando a newsletter no nosso portal.

E como estamos falando de dinheiro e felicidade, que tal conhecer mais sobre assuntos como ciência da felicidade, propósito e empreender com paixão? Você pode se inscrever aqui no circuito de palestras Encontro entre Elas, que aborda esses e diversos outros assuntos.

Vamos crescer juntas?

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