No 3º trimestre de 2025, Santa Catarina segue demonstrando resiliência econômica mesmo diante de um cenário global ainda marcado por juros altos, inflação persistente e volatilidade cambial. O estado avança 5,5% na atividade econômica em 12 meses, resultado que supera novamente o desempenho nacional. Serviços, indústria e comércio ampliado permanecem em campo positivo, sustentando um ciclo de crescimento moderado, mas consistente.

O mercado de trabalho permanece aquecido. A taxa de desemprego fica em 2,3% – a menor do país – e o estado acumula mais de 95 mil novas vagas formais até setembro. As micro e pequenas empresas respondem por 67,9% de todo o emprego gerado, mantendo papel central na economia catarinense. Os segmentos de Construção, Serviços administrativos, Transporte e Promoção de vendas se destacam entre os que mais ampliaram o quadro de trabalhadores.

O consumo das famílias e a renda também apoiam esse movimento. O rendimento médio real cresce 9,5% em SC, quase três vezes acima da média nacional. Porém, o trimestre sinaliza atenção: a inadimplência sobe para 32,9% das famílias, o maior patamar da série desde 2021. O percentual de lares que não conseguem pagar suas dívidas chega a 9,7%, reforçando a importância de uma gestão financeira mais rigorosa e políticas de orientação ao consumidor.

Outro ponto relevante é a retomada dos investimentos pelas MPEs. Quase metade das empresas investiu nos dois primeiros trimestres do ano, e o foco permanece em infraestrutura, equipamentos e ações de marketing. Mesmo com expectativas de investimento mais cautelosas para os próximos meses, essa movimentação gera impacto direto: empresas que investiram relatam maior aumento de vendas e menor necessidade de crédito.

Na abertura e fechamento de empresas, o ritmo continua positivo. Até setembro, Santa Catarina soma 108.534 novos pequenos negócios, puxados principalmente pelos MEIs, que registram saldo de 89.681. No total, o estado ultrapassa 1,2 milhão de pequenos negócios ativos, o que representa 92,9% de todas as empresas catarinenses.

No comércio exterior, Santa Catarina mantém déficit estrutural na balança comercial, mas registra crescimento nas exportações mesmo sob barreiras internacionais. A agroindústria e a indústria de transformação continuam puxando as vendas externas, enquanto a forte dependência de insumos importados – especialmente da China – reforça os desafios de competitividade da indústria local.

O trimestre confirma a força da diversidade econômica catarinense, mas também evidencia temas que demandam atenção: crédito mais caro, inadimplência crescente, confiança ainda em queda e impactos de um cenário internacional incerto. Entender esses sinais é essencial para que empresas e instituições consigam antecipar movimentos e planejar estratégias com mais segurança.

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