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06 set. 2023

Femtechs: como empresas de tecnologia criadas por e para mulheres estão ganhando o mercado

Reconhecimento, empatia, cuidado e resolução de problemas. Palavras e expressões tão recorrentes na rotina das mulheres se materializam em oportunidades de negócios e soluções criadas por - e para - elas. Afinal, quem poderia entender mais sobre as demandas, dores e necessidades femininas do que as mulheres?

É nesse contexto que surgem as femtechs (abreviação de tecnologia feminina), startups que desenvolvem produtos e serviços voltados às necessidades específicas das mulheres, principalmente nas áreas de saúde, cuidado e bem-estar. Além de atendê-las, essas empresas lançam mão da tecnologia para trazer soluções inovadoras para o dia a dia.

WSportech - Femtech focada no esporte feminino

Renata Lopes e Luciane de Castro, são cofundadoras da MDE, CEO e head de comunicação, respectivamente. A dupla aposta em uma plataforma digital multidisciplinar com o objetivo de transformar o esporte brasileiro por meio da democratização e descentralização das informações. Elas perceberam uma lacuna no nicho de esporte feminino e se tornaram mais um exemplo de empreendedorismo feminino nas startups.

“O nosso foco é o aumento e o fortalecimento da presença feminina no mercado esportivo por meio de soluções customizadas com networking, dados e eventos transmídia”, conta Renata.

Ao entender que mulheres são uma potência crescente e que o empoderamento e o empreendedorismo feminino trazem algo em comum: mulheres que querem transformar suas vidas e seus entornos, Renata enxerga na diversidade um multiplicador de oportunidades.

“Nós buscamos uma profunda convivência com essas mulheres diversas como forma de fortalecer o mercado e, principalmente, possibilitar que isso retorne como impulsionamento para elas, criando rede e fazendo o capital e o investimento circularem nacionalmente. Diante disso, avaliamos algumas ações e criamos o MDE Conecta, primeiro Business Inteligence focado em dados exclusivos de mulheres do esporte no Brasil. Esse é um dos pilares do desenvolvimento da plataforma e, a partir desse grande mapa, vamos criar um censo para o mercado esportivo”, completa.

Mas o caminho não é fácil. E as dificuldades do cenário do esporte feminino passam por questões de gênero. “Os desafios do mercado ainda nos conectam a problemas relacionados a um ambiente extremamente masculinizado, que cria para as mulheres desafios como baixa visibilidade e representatividade no mercado esportivo e falta de investimento fora do eixo sul-sudeste do Brasil”, analisa Renata.

Cenário das femtechs no mundo

De forma geral, as empreendedoras da área femtech são atravessadas por disparidades de gênero, segundo dados da associação Femtechs Brasil. O grupo aponta que somente 4,7% das empresas são fundadas exclusivamente por mulheres e que as empresas concebidas e lideradas por elas têm dificuldade para captar investimento.
Ao mesmo tempo, um relatório do site Statista revelou que o mercado global de tecnologias voltadas ao público feminino, no final de 2021, estava avaliado em 51 bilhões de dólares. A projeção é de crescimento de 8% ao ano até 2030, estimando-se que esse valor alcance os 103 bilhões até o final do período.

Os números mostram como as femtechs são promissoras, sobretudo no Brasil, em razão da configuração populacional no país. Segundo o censo do IBGE, em 2022, 48,9% dos brasileiros eram homens e 51,1% eram mulheres. Soma-se a isso o fato de que 90% das decisões sobre cuidados primários de saúde para as famílias são tomadas por mulheres, ou seja, há um espaço enorme, potente e ainda pouco explorado.

Femtech à serviço da beleza e bem-estar

Assuntos como saúde mental e reprodutiva, bem como maternidade, menopausa, vida sexual, beleza, autocuidado entre outros entram nessa lista de tendências.

A Fiara, femtech fundada por Cleonice Zanella, de 41 anos, e pela sócia, Daiane Deon Borsoim, atua no nicho de beleza e bem-estar. De uma necessidade pessoal, as duas, que não tinham tempo de ir até os estabelecimentos para cuidar do corpo e da autoestima pelas várias demandas que executam, viram na solução de gerir profissionais a domicílio uma oportunidade de empreender.

A Fiara conecta pessoas que precisam dos serviços de beleza e bem-estar com as prestadoras de serviço no local e no tempo que necessitam. Mas não se trata de uma simples conexão. A empresa tem como expertise a entrega do serviço no formato delivery em domicílio, no local de trabalho ou em qualquer outro lugar solicitado pelas clientes.

“Podem fazer parte do nosso negócio, mas não limitado a esses, profissionais das áreas de manicure, pedicure, podologia, maquiagem, cabelo, estética, massagem, fisioterapia, enfermagem e outros”, explica Cleonice.

Ela destaca a relevância do apoio do Sebrae Delas para pensar e estruturar o negócio. “O Sebrae Delas abre portas incríveis por meio das capacitações, consultorias e conexões. Participar deste movimento tem sido maravilhoso, um marco em nossas vidas e na trajetória de sucesso da nossa empresa”, frisa. 

Os benefícios coletivos das femtechs

Hoje, o mercado tem soluções que dão suporte a mães, plataformas de indicações de profissionais de saúde, de auxílio diagnóstico, e-commerce de produtos (como coletores menstruais e calcinhas absorventes), além de dispositivos ginecológicos e de fertilidade. Além dessas, o setor tem incluído soluções de acompanhamento médico e outras voltadas à longevidade da mulher. 

Mas para além dos negócios e soluções, as femtechs geram dados a respeito da saúde feminina que, se bem analisados, podem gerar insumos para melhorias na saúde pública, evitar casos de violência obstétrica e identificar mudanças de comportamento, por exemplo. 

O movimento de expansão das femtechs também tem chamado atenção de investidores de diferentes setores e contribuído para a criação de novas lideranças femininas, ou seja, abrindo espaço para que novos projetos sejam idealizados para elas, essas startups fomentam o empoderamento feminino, com coletivos voltados ao incentivo da tecnologia desenvolvida por mulheres.

Ao solucionar essas necessidades, as femtechs podem aumentar seu impacto social e criar conexões mais significativas com clientes, funcionários e investidores.

Confira as principais oportunidades geradas pelas femtechs:

Clínicas virtuais: atendimento personalizado e individual para mulheres de acordo com suas dores e necessidades.

Autocuidado e prevenção: as plataformas, conectadas ao uso de wearables (dispositivo tecnológico que podemos vestir ou usar como acessórios), contribuem para o monitoramento em tempo real das condições de saúde das mulheres e facilitam a tomada de decisões e escolhas de prevenção e tratamento.

Diagnósticos: com o acompanhamento de dados e do histórico de pacientes é possível desenvolver e auxiliar em novos protocolos de saúde.

Diversidade: traz soluções específicas para mulheres negras, da comunidade LGBTQIA+ e de baixa renda. Tanto para o sistema público como para o privado, o acompanhamento da saúde específico para diferentes grupos ajuda a melhorar o atendimento e a pesquisa na saúde.

Maternidade: a tecnologia ajuda a monitorar a gravidez, acompanhar o desenvolvimento de bebês e integrar redes de apoio às mães.

Menstruação: assunto cercado de estigmas culturais, as femtechs rompem tabus ao desenvolver produtos que ajudam a naturalizar esse processo fisiológico e interagir com ONGs e promover rodas de conversa de conscientização. 

Menopausa: identificar as necessidades específicas de mulheres na menopausa, melhorar o acompanhamento delas e prevenir sintomas.

Bem-estar sexual: com a liberdade sexual feminina cada vez mais em voga, as femtechs têm um universo vasto a explorar no que diz respeito a produtos e serviços destinados ao bem-estar sexual.

O Sebrae Delas apoia mais mulheres na tecnologia e inovação

Incentivar e apoiar mais empreendedoras a conquistarem um espaço de destaque na tecnologia e inovação é um dos objetivos do Sebrae Delas. Apesar de ser um ambiente bastante masculino, mais e mais mulheres veem uma possibilidade de carreira e empreendedorismo nesse segmento.

Entre as iniciativas do programa para fomentar a presença feminina na tecnologia e inovação, estão o lounge do Sebrae Delas, no evento Startup Summit, e a jornada Inovação entre Elas, que conta com a trilha Empreendedora Tech. Um percurso completo de aprendizado e networking que conta com oficinas online, encontros de conexão, casos de sucesso e mentorias individuais. A trilha visa desenvolver habilidades de gestão e competências socioemocionais para fortalecer a cultura empreendedora das mulheres no segmento.

Se você quer crescer em cargos de liderança no setor tecnológico, o programa Sebrae Delas Mulher de Negócios pode lhe auxiliar! Acesse o portal do Sebrae/SC e saiba mais.

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