Com mais de 80 mil empresas ativas, o setor de serviços de alimentação em Santa Catarina é um dos motores da economia estadual. De restaurantes e lanchonetes a bares e serviços de entrega, o segmento mostra vitalidade empreendedora e rápida capacidade de renovação, ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio da sobrevivência em um ambiente competitivo e de margens reduzidas.

O Relatório de Inteligência do Sebrae SC revela que os pequenos negócios representam a base desse ecossistema: 95% das empresas são MEIs ou microempresas, responsáveis por empregar mais de 69 mil pessoas e movimentar uma cadeia que conecta turismo, agricultura, indústria e serviços.

Mas o que realmente diferencia o setor é sua capacidade de adaptação. Após o impacto da pandemia, bares, restaurantes e lanchonetes aceleraram a digitalização, adotando deliverys, cardápios em QR Code, automação de pedidos e presença em plataformas online. A inovação também vem do cardápio: cresce a demanda por opções saudáveis, alimentos funcionais e experiências gastronômicas temáticas, que unem criatividade e identidade regional.

Em cidades como Florianópolis, Joinville e Balneário Camboriú, o movimento vai além da mesa. Negócios apostam em gastronomia consciente, parcerias com produtores locais e uso de ingredientes orgânicos e certificados, aproximando o consumo urbano da produção rural. Casos como o restaurante Contém OVO, na capital, mostram que autenticidade e propósito podem ser diferenciais poderosos para pequenos empreendedores.

A sustentabilidade também se consolida como valor estratégico. A substituição de embalagens plásticas, o reaproveitamento de alimentos e o uso eficiente de insumos tornaram-se práticas cada vez mais comuns — e rentáveis. Essas iniciativas reduzem custos e fortalecem a imagem do negócio junto a consumidores mais atentos ao impacto ambiental de suas escolhas.

Com forte capilaridade — há uma empresa de alimentação para cada 101 habitantes —, o setor continua sendo espaço fértil para quem busca empreender com inovação e propósito. O relatório aponta que qualificação em gestão, diferenciação de marca e acesso a crédito são fatores-chave para transformar desafios em oportunidades.

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